GRUPO DE PESQUISAS INTEGRADAS EM DESENVOLVIMENTO SOCIOTERRITORIAL

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REDUÇÃO DO NÚMERO DE JORNALISTAS DESAFIA O FUTURO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS

Sem concursos e com equipes reduzidas, assessorias de comunicação enfrentam sobrecarga e necessidade de reinvenção para manter a visibilidade e relevância institucional.

A diminuição de concursos públicos e a extinção de cargos específicos têm imposto um cenário desafiador para as assessorias de comunicação (Ascom) das universidades públicas brasileiras. Com equipes reduzidas e sobrecarregadas, essas estruturas precisam se adaptar para garantir a continuidade da divulgação institucional, a valorização da ciência e o fortalecimento do vínculo com a sociedade.

Na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a realidade não é diferente. Com um número limitado de jornalistas, a Ascom tem recorrido ao apoio de servidores e colaboradores com formação na área. “Primeiro a gente tem um déficit de jornalistas, porque não há mais concurso” para o cargo. Também não tem nenhum contrato terceirizado para esses profissionais. Aí é complicado”, afirma Marinilson Braga, assessor de comunicação da instituição.

Apesar das limitações, a assessoria mantém seu compromisso com a missão institucional. “A preocupação da Ascom, portanto, é manter o vínculo para o objetivo para o qual ela foi criada, que é dar apoio institucional às atividades institucionais em si, não pessoais”, completa Marinilson. A atuação, pautada pela ética e pelo interesse público, busca preservar a credibilidade da universidade e registrar com responsabilidade sua produção acadêmica, científica e social.

Além disso, o uso das redes sociais e de plataformas digitais tem ampliado o alcance das ações comunicacionais. “A preocupação nossa é de inserir cada vez mais a universidade dentro do cotidiano em que a gente está inserido”, explica Marinilson, ao destacar reportagens com impacto social, como a valorização dos catadores de materiais recicláveis.

O futuro da comunicação nas universidades passa pelo reconhecimento do papel estratégico da informação, pela formação de novos profissionais e pela valorização das estruturas que dão visibilidade ao ensino, à pesquisa e à extensão.

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Our Story

REDUÇÃO DE JORNALISTAS DESAFIA FUTURO DA ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS

A escassez de profissionais provoca sobrecarga nas equipes, exigindo adaptação constante para garantir a divulgação responsável da produção acadêmica e o fortalecimento do diálogo entre universidade e sociedade.

Sem concursos e com equipes reduzidas, assessorias de comunicação enfrentam sobrecarga e necessidade de reinvenção para manter a visibilidade e relevância institucional.
A diminuição de concursos públicos e a extinção de cargos específicos têm imposto um cenário desafiador para as assessorias de comunicação (Ascom) das universidades públicas brasileiras. Com equipes reduzidas e sobrecarregadas, essas estruturas precisam se adaptar para garantir a continuidade da divulgação institucional, a valorização da ciência e o fortalecimento do vínculo com a sociedade.

Na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), a realidade não é diferente. Com um número limitado de jornalistas, a Ascom tem recorrido ao apoio de servidores e colaboradores com formação na área. “Primeiro a gente tem um déficit de jornalistas, porque não há mais concurso” para o cargo. Também não tem nenhum contrato terceirizado para esses profissionais. Aí é complicado”, afirma Marinilson Braga, assessor de comunicação da instituição.

Apesar das limitações, a assessoria mantém seu compromisso com a missão institucional. “A preocupação da Ascom, portanto, é manter o vínculo para o objetivo para o qual ela foi criada, que é dar apoio institucional às atividades institucionais em si, não pessoais”, completa Marinilson. A atuação, pautada pela ética e pelo interesse público, busca preservar a credibilidade da universidade e registrar com responsabilidade sua produção acadêmica, científica e social.

Além disso, o uso das redes sociais e de plataformas digitais tem ampliado o alcance das ações comunicacionais. “A preocupação nossa é de inserir cada vez mais a universidade dentro do cotidiano em que a gente está inserido”, explica Marinilson, ao destacar reportagens com impacto social, como a valorização dos catadores de materiais recicláveis.

O futuro da comunicação nas universidades passa pelo reconhecimento do papel estratégico da informação, pela formação de novos profissionais e pela valorização das estruturas que dão visibilidade ao ensino, à pesquisa e à extensão.


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SIGAA na UFCG: aprendendo com os erros e superando desafios

Após a implantação apressada do SIGAA na UFCG em 2024, docentes e discentes enfrentaram dificuldades técnicas e operacionais que expuseram falhas no planejamento da gestão anterior. Agora, com o novo semestre à vista, a universidade se mobiliza para corrigir os erros, promover o diálogo e garantir uma transição mais eficiente rumo à consolidação da plataforma.

Campina Grande, 13 de maio de 2025: Em 2024, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) deu um passo importante rumo à modernização da sua gestão acadêmica ao adotar o SIGAA (Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas) — uma plataforma amplamente utilizada em instituições federais de ensino superior por sua capacidade de integrar, organizar e facilitar processos como matrícula, registro de atividades, e gestão de projetos.

Contudo, como toda mudança que impacta milhares de usuários, a implementação inicial não foi isenta de falhas. Professores e alunos foram surpreendidos com um sistema novo, sem treinamentos prévios e com poucos tutoriais específicos para orientar o uso. A primeira fase de uso, voltada à seleção de projetos de iniciação científica, deixou percepções divididas: enquanto alguns reconheceram o potencial do SIGAA, outros se sentiram prejudicados por falhas operacionais e pela ausência de suporte técnico adequado.

A segunda etapa, envolvendo o uso do sistema por docentes e discentes em suas rotinas de ensino, expôs ainda mais a necessidade de um planejamento estratégico bem elaborado. O registro de aulas, o cadastro de disciplinas e a submissão de atividades, por exemplo, tornaram-se fontes de confusão e desentendimento, especialmente devido à falta de um plano-piloto mais cauteloso que permitisse mapear problemas antes da implantação em larga escala.

Mas é justamente nesse contexto que surgem os sinais de uma nova postura na gestão universitária.

Um novo semestre, uma nova chance

O próximo semestre se aproxima, e com ele, a oportunidade de virar a página. Diferente da primeira implantação, a equipe atual parece ter compreendido o peso da responsabilidade: houve antecipação na agenda de planejamento, garantindo que professores pudessem realizar ajustes durante o período de recesso, sem a pressão do semestre letivo em andamento — uma diferença simples, mas poderosa. Afinal, ninguém deseja mais “trocar o pneu com o carro em movimento”.

Essa mudança de postura revela algo fundamental: há, agora, um compromisso claro com a melhoria contínua, com foco no diálogo entre gestão, unidades acadêmicas e a comunidade universitária. E mais: há expectativa de que materiais oficiais, como tutoriais e orientações detalhadas, sejam disponibilizados para reduzir dúvidas e aprimorar o uso da ferramenta.

Comprometimento com o futuro digital da UFCG

A adoção do SIGAA não é apenas uma questão tecnológica — é uma afirmação do compromisso da UFCG com os desafios do presente e do futuro. O tempo das improvisações deve ceder espaço ao tempo da planejamento, da escuta ativa e da construção coletiva.

Agora, mais do que nunca, é hora de transformar a dificuldade inicial em aprendizado. A gestão acadêmica moderna exige ferramentas eficientes, mas também exige comunicação clara, apoio técnico e respeito ao tempo de adaptação dos usuários.

Se a primeira experiência com o SIGAA gerou ruído, o momento agora é de sintonizar esforços. Com um plano mais organizado, tempo hábil de preparação e diálogo aberto, a UFCG pode não apenas superar os entraves iniciais, mas também se consolidar como uma referência em gestão acadêmica comprometida, democrática e eficaz.

Mais do que implantar um sistema, trata-se de consolidar uma nova cultura de gestão, na qual docentes, discentes, técnicos e gestores caminham juntos na construção de uma universidade mais integrada, eficiente e preparada para os desafios do nosso tempo. Espera-se, agora, que os setores responsáveis pela gestão acadêmica estejam mais próximos da comunidade universitária, promovendo uma comunicação ágil, transparente e resolutiva. A expectativa é positiva — e cabe a todos nós acompanhar e contribuir com esse processo.

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Já Está na Hora de Repensar o Uso de Celulares em Sala de Aula

Apesar de não se aplicar ao ensino superior, a nova lei que proíbe celulares nas escolas reacende o debate sobre os limites e as possibilidades do uso de dispositivos móveis em universidades, especialmente à luz da autonomia docente e institucional.

Campina Grande, 10 de maio de 2025: Com a aprovação da Lei Federal nº 15.100/2025, que proíbe o uso de celulares nas escolas de educação infantil, fundamental e média em todo o país, reacende-se uma discussão igualmente relevante para o ensino superior: qual deve ser o lugar do celular em sala de aula nas universidades?

Embora essa nova lei não se aplique às instituições de ensino superior*, ela nos convida a refletir sobre os impactos da presença constante dos dispositivos móveis no ambiente universitário. O uso do celular, por vezes produtivo, frequentemente transforma-se em um fator de dispersão que compromete a atenção, a interação e a qualidade do aprendizado.

Nas universidades públicas, como é o caso da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), há respaldo legal para que essa discussão aconteça de forma autônoma. A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 207, garante às universidades autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial. No âmbito da UFCG, essa prerrogativa está consolidada no Regimento Geral da instituição, especialmente no artigo 81, que reconhece a liberdade do professor para definir o conteúdo e a orientação didática de sua disciplina. Isso inclui, portanto, a possibilidade de estabelecer regras claras sobre o uso de celulares em sala.

Durante a recente campanha para concorrer a uma das vagas da representação docente do Centro de Humanidades no Colegiado Pleno, alguns docentes relataram que já incluem, em seus planos de ensino, normas sobre o uso de dispositivos eletrônicos — o que é perfeitamente legítimo e, em muitos casos, necessário. Considerei uma excelente ideia, pois essa medida não significa negar o potencial pedagógico da tecnologia, mas sim buscar o equilíbrio entre liberdade e responsabilidade. O problema não está no celular em si, mas no uso que se faz dele. Contudo, há necessidade de uma regulamentação institucional para que essa prática se torne comum e efetiva.

Diante desse cenário, é importante que a comunidade acadêmica promova uma discussão aberta e construtiva sobre o tema. Repensar o uso dos celulares em sala não é um retrocesso, mas uma oportunidade de qualificar o espaço do ensino e da aprendizagem. É possível, por exemplo, que departamentos e colegiados incentivem práticas pedagógicas que orientem o uso consciente dos dispositivos, respeitando a autonomia do professor e as necessidades específicas de cada curso.

Num momento em que se discute tanto a melhoria da qualidade da educação, inclusive no ensino superior, ignorar os efeitos da hiperconectividade em sala de aula seria negligenciar um dos desafios mais presentes na vida universitária atual. Repensar, portanto, é o primeiro passo para transformar. Mas, considerando a complexidade do tema, entendo que este seja um desafio a ser assumido com responsabilidade pelos colegas que integram o Colegiado Pleno e a Câmara Superior de Ensino da UFCG.

* A título de informação, realizei uma busca minuciosa para identificar quais IES estão debatendo o tema. Identifiquei apenas uma menção na UFRGS e USP. Fico grato se puderem compartilhar outros artigos relacionados ao tema.

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Reeleição na UFCG: entre a conveniência e o princípio democrático”

Em meio ao mundo obscuro das redes sociais, emergem tentativas de desestabilização institucional ao levantar, de forma inoportuna, debates que deveriam ser tratados com serenidade e responsabilidade.

Em meio a um cenário nacional de cortes, ataques à autonomia universitária e desafios estruturais, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) se vê novamente no centro de uma disputa simbólica — e política. Não se trata de orçamento, tampouco de ensino ou pesquisa. O alvo agora é a reeleição para o cargo de reitor.

Nos bastidores das decisões institucionais, a polêmica avança em terreno curioso: o universo paralelo e fragmentado das redes sociais, onde vídeos curtos e frases de efeito tentam ditar os rumos de uma instituição que exige, acima de tudo, planejamento e continuidade.

Propostas pelo fim da reeleição circulam principalmente no Instagram, quase sempre descoladas do contexto real da universidade e embaladas em supostos apelos por “renovação” e “mudança”. São discursos que, embora se digam democráticos, eliminam um princípio fundamental: o direito da comunidade universitária de escolher, com autonomia, entre a continuidade de um projeto ou a sua substituição.

A UFCG, como qualquer instituição pública, precisa ser regida por critérios de mérito, competência e avaliação coletiva — e não por regras que tentam impedir previamente a possibilidade de recondução. Reeleição não é imposição: é uma possibilidade garantida pela legislação, que oferece ao eleitor universitário a liberdade de julgar, nas urnas, o desempenho de uma gestão.

Ao longo de sua história, a UFCG já vivenciou experiências de reeleição que resultaram em estabilidade, crescimento institucional e fortalecimento das suas políticas de ensino, pesquisa e extensão. Em contextos em que o gestor demonstrou liderança, compromisso e resultados concretos, foi a própria comunidade que optou por sua permanência. Negar essa possibilidade seria, na prática, limitar o poder de decisão daqueles que vivem e constroem diariamente a universidade.

Curiosamente, os maiores opositores da reeleição são, quase sempre, vozes que não conseguiram traduzir seu discurso em práticas sólidas ou apoio coletivo. Recorrem, então, à tentativa de reformar as regras do jogo — não para fortalecer a democracia, mas para garantir artificialmente espaço político em disputas onde o voto livre não os favorece.

Enquanto isso, a universidade segue enfrentando questões urgentes: pressão por resultados, ataques ideológicos, subfinanciamento e a crescente demanda por inclusão e inovação. Nesse contexto, barrar previamente a continuidade de uma gestão bem avaliada pode significar a desarticulação de projetos estratégicos, paralisação de investimentos e retrocesso em conquistas que levaram anos para se consolidar.

O fim da reeleição não resolverá os desafios da UFCG. Pelo contrário: tende a agravá-los, ao submeter a instituição a ciclos curtos, gestões inacabadas e à tentação constante do populismo de ocasião. É um erro acreditar que impedir um gestor de continuar seu trabalho é sinônimo de avanço. Renovar, sim. Mas com liberdade de escolha, com avaliação criteriosa e com respeito à vontade da comunidade.

No debate sobre a reeleição, o que está em jogo não é um nome. É o próprio direito de escolher. E, quando esse direito começa a ser atacado sob o pretexto de moralidade, convém lembrar: as democracias não morrem de uma vez — elas são enfraquecidas, pouco a pouco, pelos atalhos que parecem inofensivos.

A democracia universitária não se sustenta em atalhos institucionais nem em pressões do momento. Ela se constrói com debate qualificado, respeito às normas e, sobretudo, com a garantia de que nenhuma decisão sirva como disfarce para silenciar gestões ou restringir direitos.

A UFCG merece um debate à altura da sua história — e não mais um ruído entre filtros e curtidas no mundo instável das redes.

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Eleições Docentes no Centro de Humanidades: Um passo à frente — mas já é hora de rever o modelo?

A recente eleição para representantes docentes no Centro de Humanidades revela avanços importantes, mas também expõe lacunas no modelo atual — seria hora de rever o formato de escolha por chapas nas unidades acadêmicas?

Campina Grande, 01 de maio de 2025: No dia 30 de abril, mesmo em pleno recesso acadêmico, o Centro de Humanidades da UFCG realizou a eleição para representantes docentes nas SODs. A votação ocorreu de forma totalmente digital pela plataforma SIGAA Eleições, e a apuração foi transmitida ao vivo pela plataforma StreamYard.

Considerando apenas os votos válidos, a participação foi expressiva: 216 docentes estavam aptos a votar para escolha de dois representantes no Colegiado Pleno e para as demais Câmaras Superiores houve uma média de 136 votantes para escolha de um representante para cada Câmara Superior. Os resultados refletem um processo disputado, transparente e com sinais de fortalecimento democrático.

Resultados para o Colegiado Pleno (2 vagas):

  • Shirley Barbosa – 58 votos (26,9%)
  • Keila Queiroz – 46 votos (21,30%)
  • Claudio Messias – 39 votos (18%)
  • Xisto Souza – 38 votos (17,60%)
  • Adriana Salete – 35 votos (16,20%)

Resultados para as Câmaras Superiores (1 vaga por Câmara):

  • Ensino: Maria Assunção – 63,23% dos votos
  • Pós-graduação: Kettrim Farias – 50,73% dos votos
  • Gestão Administrativa e Financeira: Joedson Brito – 58,2% dos votos
  • Pesquisa e Extensão: Luciana Leandro – 58,39% dos votos

Aspectos positivos a destacar:

  1. A consolidação do voto digital na UFCG trouxe agilidade tanto na votação quanto na apuração.
  2. Houve um crescimento no número de docentes interessados em ocupar espaços nas instâncias superiores, sinal de vitalidade democrática.
  3. A comissão eleitoral, presidida pelo professor Rosildo Brito, conduziu o processo com responsabilidade e clareza.

Entretanto, alguns pontos merecem atenção e revisão:

  1. A resolução que rege o processo eleitoral está desatualizada em relação ao ambiente digital como meio para realização da consulta pública. Questões como regras para campanha no dia da eleição, participação na sala de apuração são exemplos da necessidade de revisão.
  2. A ausência de debates comprometeu a possibilidade de confronto de ideias e propostas. Além disso, a realização do pleito em período de recesso acadêmico afetou o engajamento.
  3. A utilização de uma plataforma pública e gratuita para apuração, inviabilizou o uso da identidade visual institucional e comprometeu a apresentação do processo de apuração. Em vez de um logotipo da universidade ou do centro, a plataforma exibiu um pato como ícone principal. A aquisição oficial de uma ferramenta com identidade visual adequada é uma necessidade a ser considerada. Com relação a este aspecto, acreditamos que possa ser solucionado em breve com o uso do SIGAA para estas atividades.

Diante desse cenário, surge uma questão fundamental para reflexão futura:

Se há um movimento claro de democratização nos processos de escolha, por que ainda utilizamos o modelo de chapas completas nas Unidades Acadêmicas?

A experiência recente, com eleição individual por função, permitiu uma escolha mais autônoma e plural. Diferente do modelo de chapas, que muitas vezes impõe um pacote fechado de nomes, a votação por função valoriza a diversidade e o mérito individual de cada candidato ou candidata.

Este pode ser o momento ideal para repensar o modelo atual de representação. Mais do que um ajuste técnico, trata-se de um passo necessário para aprofundar a democracia e ampliar a representatividade nas decisões que afetam diretamente o cotidiano das Unidades Acadêmicas.

Esta revisão deve ser realizada no âmbito do Colegiado Pleno a partir de uma consulta a comunidade acadêmica.

Fica o convite à reflexão. No próximo post, voltaremos a esse tema com propostas concretas.

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E-mail de massa x E-mail de marketing: o que diz a legislação e qual o limite ético?

Em tempos de sobrecarga digital, saber a diferença entre e-mails éticos e mensagens invasivas é essencial — especialmente quando o objetivo é compartilhar conhecimento com quem precisa dele.

Vivemos em um mundo em que o acesso à informação é mais do que um direito: é uma necessidade vital, especialmente em áreas como educação, ciência e saúde. Professores universitários, por exemplo, precisam estar constantemente atualizados sobre eventos, editais, chamadas de periódicos, seminários e oportunidades de colaboração. Mas como garantir que essas informações cheguem até eles sem invadir sua privacidade ou ultrapassar limites éticos?

Para responder a esta questão, imagine uma universidade onde os docentes não têm acesso a informações sobre congressos, publicações abertas, bolsas de pesquisa ou resoluções do comitê de ética. Seria impensável, não?

Fiz uma consulta a LGPD e encontrei embasamentos para fundamentar a importância e legalidade do e-mail de marketing uma vez que este, quando direcionado – assim como um aviso no mural da instituição -, se caracteriza como ferramenta legítima para democratizar o acesso à informação — desde que feito com cuidado, critério e respeito à privacidade.

É nesse contexto que surge a distinção entre e-mail de massa e e-mail de marketing — dois conceitos frequentemente confundidos, mas que possuem implicações distintas, inclusive à luz da legislação brasileira.

O e-mail de massa refere-se ao envio de mensagens não segmentadas, muitas vezes sem o consentimento prévio dos destinatários e sem critério de relevância. Um exemplo clássico é o uso de uma base de dados comprada ou coletada de forma indevida, utilizada para envio de propaganda genérica ou invasiva. Essas práticas podem configurar infrações à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD)* e ser consideradas antiéticas, especialmente quando não há transparência, opção de descadastramento ou interesse legítimo.

Diferentemente do e-mail de massa, o e-mail de marketing bem conduzido é ético e legal. Ele se baseia em alguns pilares:

  • Consentimento ou interesse legítimo: o destinatário se inscreveu em uma lista, participou de um evento ou integra uma rede que compartilha objetivos e interesses profissionais — como, por exemplo, um banco de dados institucional com ampla divulgação dos e-mails;
  • Segmentação: o conteúdo enviado tem relevância para o destinatário, como informações acadêmicas direcionadas a professores universitários;
  • Transparência: há informações claras sobre o remetente e uma opção simples de descadastramento;
  • Finalidade informativa: muitas vezes, o objetivo não é comercial, mas sim comunicar oportunidades, eventos ou conteúdos úteis.

Enviar informações relevantes por e-mail não é crime, nem dolo. Pelo contrário: pode ser uma forma ética de promover conhecimento, participação e engajamento — principalmente quando as mensagens visam contribuir com a comunidade científica e acadêmica.

A chave está em respeitar a pessoa, seus dados e sua autonomia. Se for útil, claro e responsável, o e-mail de marketing pode — e deve — ser uma ponte entre quem produz e quem precisa da informação.

__________________

* Consultar os artigos 6º, 7º e 9º da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei nº 13.709/2018), disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm. Acesso em: [30 de abril de 2025].

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GIDs & ProSaúdeGeo: 15 Anos de Parceria e Transformação

Em noite de confraternização, integrantes e egressos dos grupos GIDs e ProSaúdeGeo celebram 15 anos de pesquisa, ensino e extensão com atividades marcantes e reafirmam o compromisso com a transformação acadêmica e social.

Na noite de ontem, 26 de abril de 2025, uma celebração especial marcou a trajetória de dois dos mais tradicionais grupos de pesquisa da Unidade Acadêmica de Geografia (UAG) da UFCG: o Grupo de Pesquisas Integradas em Desenvolvimento Socioterritorial (GIDs) e o Grupo de Pesquisa Pró-SaúdeGeo. Reunindo atuais integrantes e egressos, o jantar de confraternização celebrou os 15 anos de existência e da parceria sólida entre esses dois coletivos que transformam vidas e carreiras acadêmicas.

O evento, realizado no salão de festas do Ivan Farias, foi um verdadeiro encontro de gerações e de histórias de superação e crescimento. A noite começou com o animado “Bingo do Saber“, onde perguntas e respostas sobre a trajetória dos grupos desafiaram a memória e o conhecimento dos participantes. Em seguida, a “Gincana de Causos” trouxe momentos de emoção e descontração, com relatos de experiências inesquecíveis vividas ao longo dos anos. Para fechar, uma dinâmica destacou a diversidade e a riqueza dos perfis humanos que formam esses coletivos, reforçando o sentimento de pertencimento e orgulho de fazer parte dessa história.

Participar desses grupos significa mergulhar em uma rede dinâmica de troca de conhecimentos, fortalecer a produção científica e aprender a comunicar ideias de forma estratégica para a sociedade, habilidades essenciais para quem deseja se destacar no mercado e no meio acadêmico.

Mais do que comemorar o passado, GIDs e ProSaúdeGeo reafirmaram seu papel como verdadeiros protagonistas na formação acadêmica e profissional. Atuando em três eixos estratégicos — pesquisa científica, extensão universitária e apoio ao ensino — os grupos criaram ambientes inovadores de aprendizado, preparando seus membros para os desafios do presente e do futuro.

Ao integrar seus projetos a ambientes virtuais e ao se especializar na divulgação do saber nas redes sociais, GIDs e ProSaúdeGeo ampliam ainda mais seu alcance, tornando-se verdadeiros laboratórios de inovação acadêmica.

A noite foi conduzida com entusiasmo e emoção pelos professores Xisto Serafim de Santana de Souza Júnior, líder do GIDs, e Martha Priscila Bezerra Pereira, líder do ProSaúdeGeo, que reforçaram o convite para que novos estudantes se juntem a essa caminhada de transformação, impacto social e crescimento pessoal.

Se você deseja fazer parte de um grupo que impulsiona seu potencial, conecta você a uma rede de oportunidades e prepara você para ser um protagonista na sociedade, GIDs (https://chat.whatsapp.com/BQOeu47DXGZ9MyTcupwGRA) e ProSaúdeGeo (https://chat.whatsapp.com/Cq6Z9Y1PNED43yOUqW8XiW ) estão de portas abertas.

Que venham mais anos de parceria, inovação e conquista! Essa história de sucesso precisa de novos capítulos — e o próximo pode ser escrito por você.

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UFCG, a que ponto chegamos? Conchavos e luta por poder revelam o quanto ainda se despreza a democracia interna

Manobras para obstruir eleições e conquistar o poder a todo custo evidenciam um ambiente onde o debate democrático dá lugar ao silêncio imposto e à política de bastidores.

Nos bastidores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), o que deveria ser um ambiente de pensamento crítico, democracia interna e construção coletiva está sendo, cada vez mais, distorcido. O que vemos hoje se assemelha mais a um “jogo de cartas marcadas”, onde articulações políticas e interesses pessoais colocam em risco os pilares que sustentam a vida universitária.

O caso mais recente revela um sinal de alerta que não pode ser ignorado. O processo eleitoral para a escolha dos representantes docentes do Centro de Humanidades junto às Câmaras Superiores da Universidade está sendo alvo de uma possível tentativa de obstrução. Exigências absurdas, solicitações que afrontam diretamente a Resolução 001/2006 — norma que regula esse processo — indicam uma tentativa clara de procrastinar o rito democrático. Em outras palavras: parece haver quem prefira adiar a escolha legítima da representação para garantir o poder a qualquer custo.

E por que isso importa para você? Porque quando a democracia interna é violada, todos perdemos. Perdemos legitimidade, perdemos representatividade, perdemos a confiança em uma instituição pública que deveria nos orgulhar. Não se trata de uma disputa trivial — trata-se do futuro da universidade, do espaço de fala de cada docente, e da capacidade da UFCG de se manter como referência acadêmica e ética.

Denúncias se multiplicam. Reuniões preparatórias, decisões combinadas de antemão, acordos em círculos fechados — tudo isso ocorre antes das assembleias, esvaziando o papel da coletividade e transformando o que deveria ser um exercício de democracia em uma mera encenação. Como aceitar que, em pleno século XXI, a gestão universitária ainda seja guiada por práticas tão retrógradas?

Estamos diante de dois vícios institucionais profundos:

  1. O interesse político em manipular o tempo e o rito das escolhas legítimas, criando um cenário de perpetuação no poder que ignora o direito à alternância.
  2. O uso de artifícios dentro das Unidades Acadêmicas que sabotam a igualdade de condições, impedindo o revezamento saudável de lideranças e comprometendo o aprimoramento dos cursos.

Pior: a divergência tem sido criminalizada. Vozes dissonantes são silenciadas por meio de interpretações seletivas das normativas internas. Representações legítimas são contestadas com argumentos frágeis e parciais. Isso não é acaso. Isso é estratégia. E uma estratégia perigosa.

A UFCG está diante de um divisor de águas. Ou rompe, de forma corajosa, com essa cultura de clientelismo e autoritarismo disfarçado de legalidade, ou continuará submetida a um modelo que deseduca, desmobiliza e desumaniza. Universidade não é herança de grupos. É patrimônio público. E precisa ser tratada como tal.

É hora de dizer basta.
Chegamos ao ponto em que resistir não é mais uma escolha — é um dever moral.
Resistir é exigir ética.
Resistir é exigir transparência.
Resistir é recusar conchavos e acordos escusos.
Resistir é proteger o direito de todos — não de alguns — de decidir o futuro da Universidade.

Se calarmos agora, seremos cúmplices.
Se permitirmos mais um ciclo de manipulações, não poderemos mais dizer que somos parte de uma instituição justa.

A UFCG precisa lembrar quem ela é.
E a comunidade acadêmica precisa lembrar que o poder também está em suas mãos.

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A cultura do cancelamento e a fragmentação do ser social na UFCG

Na UFCG, a cultura do cancelamento extrapola o ambiente virtual e se manifesta nas estruturas institucionais, comprometendo o debate democrático, perpetuando grupos no poder e ameaçando o espírito coletivo da universidade.

Campina Grande, 19 de abril de 2025: A cultura do cancelamento, frequentemente associada às redes sociais, não se limita ao ambiente virtual. No contexto da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), essa prática tem ganhado contornos institucionais preocupantes, especialmente no interior das unidades acadêmicas, que, na prática, operam como departamentos fragmentados por alianças de grupos e disputas internas que se perpetuam ao longo do tempo.

No lugar do debate aberto e do diálogo entre divergências legítimas, o que se observa é a aplicação de estratégias de silenciamento simbólico, de exclusão deliberada e de deslegitimação da diferença. Professores, técnicos e até estudantes que expressam posições críticas, que divergem de diretrizes dominantes ou que se recusam a aderir a determinadas alianças internas, muitas vezes são marginalizados, perdendo espaço em comissões, projetos e instâncias decisórias. O cancelamento institucional se impõe não pela denúncia pública, mas pela invisibilização estrutural.

Essa cultura tem colaborado diretamente para a manutenção dos mesmos grupos no poder, os quais reproduzem uma lógica de favorecimento de interesses particulares, em detrimento do compromisso com o bem comum e com o papel social mais amplo que se espera da universidade pública. Assim, decisões que deveriam refletir o interesse coletivo passam a atender conveniências pontuais, travando o avanço de políticas inclusivas, de inovação pedagógica e de construção colaborativa de conhecimento.

A fragmentação interna das unidades acadêmicas da UFCG, intensificada por coligações circunstanciais e fidelidades ideológicas, enfraquece a própria noção de universidade enquanto espaço plural, autônomo e democrático. O ambiente torna-se propício ao medo, à autocensura e ao conformismo, minando o engajamento crítico e a livre circulação de ideias — fundamentos essenciais da vida acadêmica.

Nesse sentido, a UFCG espelha, em escala institucional, os efeitos mais nocivos da cultura do cancelamento: a desestruturação das relações interpessoais, a substituição da escuta pela exclusão e o bloqueio das possibilidades de superação dos conflitos por meio da razão dialógica. O espaço público universitário — que deveria ser um laboratório de convivência democrática — transforma-se em terreno de disputas silenciosas, onde os laços de solidariedade e confiança mútua se desgastam progressivamente.

A superação desse quadro não é apenas desejável, mas uma prioridade urgente. A universidade não pode ceder à lógica punitiva, nem operar sob o domínio de microgrupos que instrumentalizam as estruturas institucionais em benefício próprio. É preciso recuperar a ação comunicativa como fundamento da vida universitária, restaurar a legitimidade do contraditório e criar mecanismos efetivos de mediação de conflitos que respeitem a pluralidade e valorizem o diálogo.

Mais do que uma crítica, esse diagnóstico aponta para a necessidade de reconstrução: reconstrução do espírito público da universidade, da confiança entre seus membros e do compromisso com a formação ética, crítica e cidadã. Enfrentar a cultura do cancelamento na UFCG é, acima de tudo, um passo necessário para fortalecer sua identidade institucional e seu papel transformador na sociedade.

Se este texto, de alguma forma, representou o seu sentimento no local de trabalho, saiba que existem formas de agir para mudar a situação. O primeiro passo é reconhecer que, apesar de o termo “cancelamento” não estar ainda tipificado nas leis brasileiras, as suas manifestações — como exclusão deliberada, humilhação, difamação ou assédio moral — são protegidas por diferentes dispositivos legais.

A Constituição Federal assegura a dignidade da pessoa humana e o direito à imagem e à honra; a CLT garante a proteção contra condutas abusivas no ambiente profissional; o Código Civil permite reparações por danos morais; e o Código Penal pune crimes contra a honra. Além disso, a LGPD impede o uso indevido de informações pessoais.

O silêncio, muitas vezes, fortalece o ciclo da exclusão. Mas o conhecimento dos direitos é uma ferramenta poderosa para restabelecer a justiça e a saúde nas relações profissionais. Não se cale — agir é também um ato de reconstrução pessoal e coletiva.

Diante disso, quem se sente vítima dessa cultura no ambiente de trabalho — inclusive em instituições públicas como a UFCG — pode e deve reunir evidências, buscar apoio institucional (RH, ouvidoria, comissões de ética ou sindicatos), e, se necessário, recorrer ao Judiciário para interromper práticas lesivas à sua dignidade.

* professor do Centro de Humanidades, Dr. em Geografia

A cultura do cancelamento e a fragmentação do ser social na UFCG Read More »