GRUPO DE PESQUISAS INTEGRADAS EM DESENVOLVIMENTO SOCIOTERRITORIAL

SIGAA na UFCG: aprendendo com os erros e superando desafios

Foto de Prof. Dr. Xisto Souza Júnior
Prof. Dr. Xisto Souza Júnior

Geógrafo e professor de Geografia da UAG/CH

Após a implantação apressada do SIGAA na UFCG em 2024, docentes e discentes enfrentaram dificuldades técnicas e operacionais que expuseram falhas no planejamento da gestão anterior. Agora, com o novo semestre à vista, a universidade se mobiliza para corrigir os erros, promover o diálogo e garantir uma transição mais eficiente rumo à consolidação da plataforma.

Campina Grande, 13 de maio de 2025: Em 2024, a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) deu um passo importante rumo à modernização da sua gestão acadêmica ao adotar o SIGAA (Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas) — uma plataforma amplamente utilizada em instituições federais de ensino superior por sua capacidade de integrar, organizar e facilitar processos como matrícula, registro de atividades, e gestão de projetos.

Contudo, como toda mudança que impacta milhares de usuários, a implementação inicial não foi isenta de falhas. Professores e alunos foram surpreendidos com um sistema novo, sem treinamentos prévios e com poucos tutoriais específicos para orientar o uso. A primeira fase de uso, voltada à seleção de projetos de iniciação científica, deixou percepções divididas: enquanto alguns reconheceram o potencial do SIGAA, outros se sentiram prejudicados por falhas operacionais e pela ausência de suporte técnico adequado.

A segunda etapa, envolvendo o uso do sistema por docentes e discentes em suas rotinas de ensino, expôs ainda mais a necessidade de um planejamento estratégico bem elaborado. O registro de aulas, o cadastro de disciplinas e a submissão de atividades, por exemplo, tornaram-se fontes de confusão e desentendimento, especialmente devido à falta de um plano-piloto mais cauteloso que permitisse mapear problemas antes da implantação em larga escala.

Mas é justamente nesse contexto que surgem os sinais de uma nova postura na gestão universitária.

Um novo semestre, uma nova chance

O próximo semestre se aproxima, e com ele, a oportunidade de virar a página. Diferente da primeira implantação, a equipe atual parece ter compreendido o peso da responsabilidade: houve antecipação na agenda de planejamento, garantindo que professores pudessem realizar ajustes durante o período de recesso, sem a pressão do semestre letivo em andamento — uma diferença simples, mas poderosa. Afinal, ninguém deseja mais “trocar o pneu com o carro em movimento”.

Essa mudança de postura revela algo fundamental: há, agora, um compromisso claro com a melhoria contínua, com foco no diálogo entre gestão, unidades acadêmicas e a comunidade universitária. E mais: há expectativa de que materiais oficiais, como tutoriais e orientações detalhadas, sejam disponibilizados para reduzir dúvidas e aprimorar o uso da ferramenta.

Comprometimento com o futuro digital da UFCG

A adoção do SIGAA não é apenas uma questão tecnológica — é uma afirmação do compromisso da UFCG com os desafios do presente e do futuro. O tempo das improvisações deve ceder espaço ao tempo da planejamento, da escuta ativa e da construção coletiva.

Agora, mais do que nunca, é hora de transformar a dificuldade inicial em aprendizado. A gestão acadêmica moderna exige ferramentas eficientes, mas também exige comunicação clara, apoio técnico e respeito ao tempo de adaptação dos usuários.

Se a primeira experiência com o SIGAA gerou ruído, o momento agora é de sintonizar esforços. Com um plano mais organizado, tempo hábil de preparação e diálogo aberto, a UFCG pode não apenas superar os entraves iniciais, mas também se consolidar como uma referência em gestão acadêmica comprometida, democrática e eficaz.

Mais do que implantar um sistema, trata-se de consolidar uma nova cultura de gestão, na qual docentes, discentes, técnicos e gestores caminham juntos na construção de uma universidade mais integrada, eficiente e preparada para os desafios do nosso tempo. Espera-se, agora, que os setores responsáveis pela gestão acadêmica estejam mais próximos da comunidade universitária, promovendo uma comunicação ágil, transparente e resolutiva. A expectativa é positiva — e cabe a todos nós acompanhar e contribuir com esse processo.

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